sábado, 4 de setembro de 2010

Acompanhei por duas semanas pela internet a novela Caminho das Índias, que teve inicia dia 19 de janeiro de 2009 exibidas de segunda a sábado na Rede Globo de Televisão no horário das 21H. A história se passa em dois países, Brasil e Índia. Envolvendo temas de amor, paixão, razão, traições, trapaças, ciúme, mentiras, política e loucura. E as diferenças entre as culturas dos dois países. Durante esta semana pude observar alguns temas que rolaram entre os personagens: A omissão e o preconceito de uma mãe ao não aceitar a esquizofrenia de seu filho; por puro preconceito em relação a doença, Melissa não aceita que seu filho tenha esquizofrenia e omite, ou finge não perceber nada, e o trata como se ele não tivesse nenhum problema. Traições conjugais e chantagens; Nanda confessa ao seu marido Haroldo, que teve um caso extraconjugal e está sendo chantageada. Acusações, segredos e perseguições; Opash acusa Shankar de perseguir sua família e ocultar segredos sobre Laksmi. Desconfiança; Sílvia desconfia que sua filha Júlia pode estar envolvida com uma turma barra pesada. Segredos e mentiras; Surya e Maya são questionadas por seus maridos, que querem saber o motivo da briga. Maya e Surya percebem que não podem revelar o segredo uma da outra e fingem que foi apenas mais uma confusão. Chantagem; Haroldo vende o carro para tentar reunir a quantia que precisa para, pagar a chantagem feita por Mike. Disputa política; Opash não acredita em Puja, desconfia que seu discurso tenha sido feito por Shankar. Opash se prepara para o seu comício. A novela é destinada ao publico adulto, embora apresente uma censura para doze anos

.Há um pouco de racismo e a discriminação. Os dalit, são os intocáveis e impuros . Eles estão abaixo da última das quatro castas. Os dalit não podem sequer tocar com sua sombra um integrante das castas superior.Padrão de beleza muito forte e marcante. Pessoas sempre muito bem vestidas, aparência impecável, dentes perfeitos sem falhas, cabelos muito bonitos, pessoas magras e com corpos bem definido.Temos quatro personagens pejorativos na novela. São eles: Norminha, Radesh, César e Dayse. Norminha como uma esposa infiel em busca de outros relacionamentos; Radesh um verdadeiro trambiqueiro, um sete um, como se diz na gíria; Dayse é uma praticante do hinduísmo, um pouco exagerada na sua fé; César como advogado, sempre usando o jeitinho brasileiro para se safar de toda e qualquer situação. Personagens que são trabalhados com muito humor.Não notei nenhuma propaganda infantil inserida na novela ou em seus comerciais, mas para o público adulto este apelo é muito forte, tanto na própria novela como nos seus intervalos. Instituições financeiras, lojas alimentícias, linha automobilística, lojas de eletro eletrônico, indústrias de bebidas, cosméticos, telefonia móvel, cartões de crédito etc.

Há uma enorme relação entre os produtos anunciado na propaganda e a novela. Os personagens da novela usam muitos produtos de beleza, uma infinidade de telefones celulares de ultima geração, carros bem luxuosos, a informática também é exaltada com notebooks com o logotipo da marca bem estampado, assim também como uma instituição financeira e uma linha de cosméticos que sempre tem as suas marcas exibidas. Com a enormidade de viagens que há na novela, entre Brasil índia, índia Brasil. Me estranha não haver propagandas de companhias aéreas. Eu não tenho dúvidas que esta novela influenciou novas frases ou bordões na nossa sociedade, como: “Here baba” e “Me abana Jesus”. A moda também é bastante influenciada em nossa sociedade, é muito comum achar nas lojas e bancas de camelô as pulseiras indianas, brincos, anéis, pingente, sári, chalés e outros produtos relacionados com a Índia. Acredito que a novela Caminho das Índias causou um grande impacto em nossa sociedade, principalmente no setor de consumo.

Se eu pudesse reescrevê-la ou dirigi-la, procuraria mostrar um pouco mais da nossa realidade do dia a dia, sem muita maquiagem. Pessoas comuns, pessoas do povo que realmente representa a nossa condição social. Uma mistura homogênea de atores: gordos, magros, pretos, brancos, velhos, novos, autos, baixos, feios e bonitos. No meu elenco os atores na sua maioria representariam as classes sociais mais baixas, sem luxo e sem conforto. Um grupo bem menor representaria as classes mais altas com muito luxo e riqueza. Para o grupo de atores que representaria as classes mais baixas, a vida apresentaria de forma mais dura, menos acessos a cultura, a educação, ao trabalho, a justiça, a segurança, ao lazer, a saúde, alimentação, a cidadania. Por outro lado o elenco representando a elite teria portas abertas a tudo isso. Talvez minha novela não seja comercialmente vendável. Creio que isso não interessaria aos anunciantes. E nem ao grande público. A realidade é um tanto cruel, talvez o público cansado desta realidade, busque por algo que possa aliviar seu sofrimento e alimentar os seus mais belos sonhos.

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